O ambiente de uma escola sempre será um espaço de domínio público, onde precisam conviver várias pessoas de várias faixas etárias, cada qual com uma história própria e consequentemente cada qual compondo um mundo único. Obviamente a maioria em toda escola serão os seus próprios alunos com as suas famílias, porém teremos também o corpo docente e o corpo de funcionários. Além desses grupos de pessoas não podemos esquecer que uma escola mais competente estará sempre recebendo visitas ou fazendo visitas externas, construindo nelas mais relacionamentos.
Além do exposto acima, cabe lembrar que a prestação de serviço realizada por uma escola implicará em um relacionamento profissional, diário e contínuo por vários anos, entre uma equipe muito qualificada de docentes e funcionários com os alunos e suas famílias. Logo se percebe que se as relações que permeiam o cotidiano de uma escola não forem muito bem cuidadas por todos e geridas por normas competentes, que promovam uma convivência obediente às diferenças de cada um, estabelecendo para esse fim, com clareza, os limites atitudinais que tornarão o ambiente de uma escola em um contexto extremamente positivo e motivado para desenvolver com muita responsabilidade o melhor que há na diferença de cada um dos seus membros.
Portanto é possível notar que uma ótima gestão escolar terá que priorizar a construção de um ambiente onde as relações consigam fluir e ao mesmo tempo sejam formais e profissionais, afinal o ambiente escolar não poderá jamais substituir um ambiente familiar, mas ele deve complementar a família e estimular a construção de uma socialização com uma qualidade bem elevada (pessoas diferentes mas que conseguem se agregar com responsabilidade para construírem soluções visando criar um mundo melhor e jamais ilusões de um mundo que não acontecerá).
Uma atitude que vai auxiliar na geração desse ambiente é estabelecer como um primeiro ponto de partida para se criar excelentes relacionamentos, a ausência de mentiras ou ainda de meias verdades no cotidiano escolar e também nas relações com as famílias e toda a sociedade.
Visando melhorar a qualidade das relações em uma escola (tendo em vista que o processo de aprendizagem em uma escola, será o resultado da harmonização dos diversos fatores influentes sobre ele), um bom começo é analisá-las e descobrir que elas podem ser divididas em 3 (três) grandes grupos principais, a saber:
- Relações com os alunos;
- Relações com as famílias dos alunos;
- Relações com a sociedade.
A partir da constatação supra, pode ser interessante a criação de acordos por escrito, que irão nortear tais relacionamentos. Além desses acordos para favorecer uma competente operação escolar no cotidiano as escolas deveriam caminhar unidas com a sociedade para a criação de leis que priorizassem a qualidade dos relacionamentos no ambiente escolar (grades curriculares mais humanas, condições de trabalho bem profissionais e que entendam que os membros de uma escola jamais serão super-heróis, calendários escolares melhor planejados e mais humanos, apoio irrestrito e dedicado de toda a sociedade aos processos desenvolvidos pelas escolas etc.).
Finalizando, as relações que se farão presentes no cotidiano escolar, poderiam ficar melhores, se houvesse por parte de todas as pessoas a efetiva compreensão que uma jornada de vida humana será conduzida pela tentativa diária em satisfazer as necessidades que foram muito bem estabelecidas pela pesquisa conduzida pelo psicólogo norte americano Abraham Harold Maslow, por volta de 1950, a saber: fisiológicas, segurança, sociais, políticas e de autorrealização. Cabe então, que todas as pessoas em um ambiente escolar respeitem a busca individual pela satisfação dessas necessidades e que se utilize essa busca em favor do aprimoramento funcional de uma escola (jamais essa busca, pela satisfação das necessidades, deveria ser usada para gerar no ambiente escolar: insegurança, metas inviáveis, ausência de debates e subordinação pela continua frustação).


