Relação entre escola, conhecimento e tecnologia

Para melhor entender a relação acima, vale destacar que a concepção de sistemas escolares, que difundiriam em grande escala conhecimentos essenciais para uma melhor qualidade de vida, toma formato a partir de meados do século XIII, com o advento da 1ª Revolução Industrial e também com a concretização dos ideais da Revolução Francesa, ou seja, “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Neste momento da história humana, iniciaram-se as primeiras redes de escolas públicas e/ou privadas ao redor do mundo. A única tecnologia disponível para ofertar conhecimentos era uma lousa de giz com um líder no processo denominado professor. Desde então o comportamento estimulado era que as pessoas que conseguiam acessar esse padrão de escola extraíssem das aulas a máxima quantidade de conhecimento possível. Era com uma quantidade maior de conhecimentos (muitas vezes decorados até a exaustão) que o cérebro acabava sendo exercitado e na verdade se desenvolvia mais e melhor, para assim ficar mais apto a criar novos conhecimentos para solucionar desafios diferentes. Assim as pessoas iam avançando na escala social desse período, a medida que elas se destacavam a partir da grande quantidade de conhecimentos que haviam absorvido no período que frequentaram uma escola. Dessa época surgiu o valor das escolas e dos professores, já que acessar uma escola formal era um privilégio que impactava muito a vida de uma pessoa.

Por cerca de 250 anos essa condição descrita acima prevaleceu. Porém a partir de 1990, com o nascimento da Internet (rede internacional de dados) começou a ocorrer uma mudança no mundo, pois a partir desse momento pela primeira vez na história humana a difusão do conhecimento explodiu e ficou a um toque em um computador e hoje a um toque em um aparelho móvel de telefonia, logo perdeu o sentido de após o aprendizado em uma aula o aluno revisar muito bem os seus aprendizados, pois todo o conhecimento ficou acessível demais no aparelho de telefonia móvel deste aluno. Por outro lado a atividade de docente se justificava para os docentes quando recebiam em avaliações sem consulta, um retorno de fixação de conhecimento, o que só pode acontecer se o aluno estiver motivado para revisar as aulas ministradas e já assimiladas por ele.

Desse modo, estamos em 2025, com uma indagação: Como ajustar um equilíbrio entre a atividade escolar formal e a enorme difusão de conhecimentos acessíveis a um simples toque na tela de um aparelho móvel de telefonia? 

Dado o ineditismo dessa condição, o normal é coexistirem muitas ideias e tentativas. Dentre elas merece um destaque o caminho que aponta para que as escolas ofereçam formalmente um menor quantidade de conhecimentos porém com uma qualidade de assimilação muito mais positiva (equilibrando registros escritos a mão em cadernos, com pesquisas controladas via internet e promovendo  revisões via a gravação de vídeos explicativos pelos alunos como um importante instrumento de fixação dos aprendizados vivenciados), do que por muitos anos não se alcançou só com o trabalho presencial diante de um docente. Nesse contexto cabe também estimular desde muito cedo a capacidade o auto aprendizado nos alunos (permitindo que cerca de 50% do tempo em sala de aula eles atuem livres sem a presença de um docente e motivados por desafios propostos pelo professor no período em que interagiu com eles anteriormente).

Nesse caminho, o aluno só interage o tempo necessário com um docente, ficando livre para construir em grupo (estimulando a convivência em prol de um objetivo comum de aprendizado=uma prática muito necessária em empresas, para a melhoria contínua delas) um reforço do conhecimento inicialmente mediado pelo professor. A sala de aula passa a se tornar uma sala de aprendizado e de estudo, que será monitorada via câmeras por uma equipe de auxiliares docentes. A escola terá que prover essa sala de estudos de um acesso a internet de alta velocidade com o seu acesso controlado, para evitar o seu uso indevido. Nas escolas dever-se-ia propiciar a cada aluno um computador, bem como possibilitar a partir dos 12 anos o acesso a tecnologias mais interativas, como por exemplo os óculos de realidade virtual. Todo esse apoio tornaria os futuros cidadãos plenos na sua alfabetização em tecnologia para buscar informações ou dados e assim construir gradualmente saberes que favoreçam uma prática de vida sustentável com a melhor qualidade possível.

Finalizando no mundo de hoje a escola tem que assumir que a sua maior contribuição para a vida dos seus alunos é propiciar o aprender a aprender, com eventos que estimulem uma socialização competente entre as diferenças que cada aluno representa como indivíduo, mas que estabeleça um compromisso, neste ambiente, de se cumprir as leis vigentes em uma sociedade.


Cortesia da Secretaria da Educação do Mato Grosso


Cortesia da Universidade do Oeste do Pará


Cortesia do SENAI de Tubarão em Santa Catarina